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21/09/11

Retrato

Amo-te; e o teu corpo dobra-se,

no espelho da memória, à luz

frouxa da lâmpada que nos esconde.

Puxo-te para fora

da moldura: e o teu rosto branco

abre um sorriso de água, e

cais sobre mim, como o

tronco suave da noite, para

que te abrace até de madrugada,

quando o sono te fecha os olhos

e o espelho, vazio, me obriga

a olhar-te no reflexo do poema.

Nuno Júdice


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