Por mais tarde que seja,
estou vendo a alvorada,
em cravos restituída
e em safiras molhada.
Por Tão certa é a minha vida
que em cego mar escuro
encontro o que procuro
e não me atrevo a nada.
De esplendores ferida,
fecho os olhos. Que ausente
quero ser. Tão distante
que eu mesma não me veja
- à morte indiferente,
para qualquer instante.
Cecília Meireles
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