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05/04/15

Ausencia



Por mais tarde que seja,
estou vendo a alvorada,
em cravos restituída
e em safiras molhada.

Por Tão certa é a minha vida
que em cego mar escuro
encontro o que procuro
e não me atrevo a nada.

De esplendores ferida,
fecho os olhos. Que ausente
quero ser. Tão distante
que eu mesma não me veja
- à morte indiferente,
para qualquer instante.


 Cecília Meireles

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