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19/09/10

Amor

Leio o amor do livro da tua pele;

demoro-me em cada sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se juntam como corpos
no abraço de cada frase.
E chego ao fim para voltar ao principio,
decorando o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.


Poema de Nuno Júdice
                                                              .


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