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23/07/11

Poema



Que a terra me floresta nas ações
como no ouro suculento das vinhas,
que perfume a dor de minhas canções
como um fruto esquecido na campina.

Que me transcenda a carne a semeadura
ávida de brotar por toda parte,
que minhas artérias levem água pura,
água que canta quando se reparte!

Desnudo quero estar sobre sarmentos,
pisado pelos cascos inimigos,
quero me abrir e repartir sementes
de pão, eu quero ser de terra e trigo!


Pablo Neruda.

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