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30/09/11

Amigo


Mal nos conhecemos
Inaugurámos a palavra amigo!
Amigo é um sorriso
De boca em boca,
Um olhar bem limpo
Uma casa, mesmo modesta, que se oferece.
Um coração pronto a pulsar
Na nossa mão!
Amigo (recordam-se, vocês aí,
Escrupulosos detritos?
Amigo é o contrário de inimigo!
Amigo é o erro corrigido,
Não o erro perseguido, explorado.
É a verdade partilhada, praticada.
Amigo é a solidão derrotada!
Amigo é uma grande tarefa,
Um trabalho sem fim,
Um espaço útil, um tempo fértil,
Amigo vai ser, é já uma grande festa!

Alexandre O’Neill

Mais um bonito tema.

Lindo Tema.

A música espanhola faz parte das minhas raizes...

Poema de Amor


    
Tenho, ainda, o teu corpo nos meus braços;
Sobre os meus ombros, teu cabelo.
Descansando dos meus e teus cansaços,
Tu dormes por nós ambos. Só eu velo.

Nos meus braços teu corpo estremeceu,
Desse tremor o meu foi percorrido.
Colados, curva a curva, onde começa o teu?
Onde acaba o meu? Teu e meu têm sentido?

Teu ligeiro suor penetra a minha pele:
Teu suor dos transportes de há momento
Que me atrevo a provar como quem lambe mel,
Em que refresco as mãos como num leve unguento.

Brandamente, por vezes, te desvio
De mim, para melhor, depois, sentir
Que és bem tu que eu agarro, acaricio,
Bem tu que eu pude em mim fundir.

Ai, anular-te em mim sem te perder!
Aniquilar-me em ti, – mas sendo nós!
Velo, e nem sinto a noite a discorrer.
Sonho, e que sonho de que amor feroz?
Desnudar o corpo para uma vida sem disfarce.

José Régio

Meu Nome, e o Seu Significado...

Fernanda: Significa ousada e indica uma batalhadora incansável que leva até o fim tudo o que começa e quase sempre consegue resultados positivos. A criatividade e o amor à liberdade são outras das suas características mais marcantes. Nome que indica serenidade, força vital e vontade de viver. Consideram o dinheiro necessário, mas não essencial.
Eu sou assim!







29/09/11

Os Animais São Fantásticos.

Quem Morre?


Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajectos,
quem não muda de marca.
não se arrisca a vestir uma nova côr
ou não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
quem faz da televisão o seu guru.


Morre lentamente
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco
e os pontos sobre os "is" em detrimento de um
redemoinho de emoções,
justamente os que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos,
corações aos tropeços e sentimentos.


Morre lentamente
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
fugir dos conselhos sensatos.


Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.


Morre lentamente
quem destrói o seu amor-próprio,
quem não se deixa ajudar.


Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
ou da chuva incessante.


Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.


Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior
que o simples facto de respirar.
Somente a perseverança fará com que conquistemos


Pablo Neruda

Keemo

Tim Royko

27/09/11

Poema Amoroso


Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu…
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu…
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo…
eu te amo, perdoa-me, eu te amo…

Cora Coralina


Àgua... Oceano... Beleza... Corpo... Arte e Desporto.

~Imagens de Eric Zener~

Uma das minhas paixões de sempre "Natação"

Bonito Tema de Natalie Cole

26/09/11

Desejos de Amor


O amor não tem outro desejo senão o de atingir a sua plenitude.
Se, contudo, amar é precisar ter desejos, sejam estes os vossos desejos:
de se diluir no amor e ser como um riacho que canta sua melodia para a noite...
de conhecer a dor de sentir ternura demasiada...
de ficar ferido por vossa própria compreensão do amor ...
de sangrar de boa vontade e com alegria...
de acordar na aurora com o coração alado e agradecer por um novo dia de amor...
de descansar ao meio-dia e meditar sobre o êxtase do amor...
de voltar para casa a noite com gratidão ...
e de adormecer com uma prece no coração para o bem-amado, e nos lábios uma canção de bem aventurança ...

Kahlil Gibran




Amar


És livre na luz do sol
e livre ante a estrela da noite.

E és livre quando não há sol,
nem lua ou estrelas.

Inclusive, és livre quando fechas os olhos
a tudo o que existe.

Porém, és escravo de quem amas,
pelo facto mesmo de amá-lo.

E és escravo de quem te ama,
pelo facto mesmo de deixar-te amar.

Kahlil Gibran

25/09/11

Uma das Coisas de que Gosto ...Dança.







Desde criança a paixão pela dança me acompanhou, embora o destino nunca me levou para esse caminho.  Adoro dança em todos os seus estilos, é uma arte de beleza e sedução.

22/09/11

Amor Pacífico e Fecundo

Não quero amor
que não saiba dominar-se,
desse, como vinho espumante,
que parte o copo e se entorna,
perdido num instante.

Dá-me esse amor fresco e puro
como a tua chuva,
que abençoa a terra sequiosa,
e enche as talhas do lar.
Amor que penetre até ao centro da vida,
e dali se estenda como seiva invisível,
até aos ramos da árvore da existência,
e faça nascer
as flores e os frutos.
Dá-me esse amor
que conserva tranquilo o coração,
na plenitude da paz!

Rabindranath Tagore

21/09/11

Grande Banda, Grande Som, São Fora de Série...

Retrato

Amo-te; e o teu corpo dobra-se,

no espelho da memória, à luz

frouxa da lâmpada que nos esconde.

Puxo-te para fora

da moldura: e o teu rosto branco

abre um sorriso de água, e

cais sobre mim, como o

tronco suave da noite, para

que te abrace até de madrugada,

quando o sono te fecha os olhos

e o espelho, vazio, me obriga

a olhar-te no reflexo do poema.

Nuno Júdice


20/09/11

Sonhei Contigo...


Embora nenhum sonho possa ter habitantes
tu, a quem chamo amor,
cada ano pudesse trazer um pouco mais
de convicção a esta palavra.

É verdade
o sonho poderá ter feito com que,
nesta rarefacção de ambos,
a tua presença se impusesse
como se cada gesto do poema te restituísse
um corpo que sinto ao dizer o teu nome,
confundindo os teus lábios
com o rebordo desta chávena de café já frio…


Então, bebo-o de um trago.
o mesmo se pode fazer ao amor,
quando entre mim e ti
se instalou todo este espaço, terra, água,
nuvens, rios e o lago obscuro do tempo
que o inverno rouba à transparência das fontes.

É isto, porém, que faz com que a solidão
não seja mais do que um lugar-comum
saber que existes, aí, e estar contigo
mesmo que só o silêncio me responda
quando, uma vez mais te chamo.
Nuno Júdice

As Brincadeiras Do Meu Tempo...

Já não existe nesta geração de crianças se divertirem de uma forma agradável e saudável com brincadeiras que havia no meu tempo. Tanto as raparigas como os rapazes divertiamos de diversas maneiras. Hoje em dia as crianças não brincam, é lhes dado logo para as mãos consolas de jogos, muitos dos quais não serem adequados ás idades pelo seu conteúde violento, como cenas de guerra, destruição, morte, armas e por ai fora.
Aqui ficam algumas dessas minhas brincadeiras da altura:


Saltando à corda

A Roda

Jogo da Macaca


Jogar ao Berlinde


O Famoso Carrinho de Rolamentos


Jogo do Eixo


Arco

Ao Pião




19/09/11

A Leitura da Minha Infância...

Estes foram alguns dos livros de banda desenhada que gostava imenso de ler.




Os famosos livros da Anita...


E as bonitas bonecas de papel de recortar e vestir que eu tanto gostava.

 Que boas recordações deste meu tempo de criança.

18/09/11

Amor & Paixão


O melhor amor é aquele que acorda a alma
e nos faz querer mais,
que coloca fogo em nossos corações
e traz paz às nossas vidas.
Foi isso que tu fizeste comigo
e tu sentiste de igual forma.
Este amor esta paixão
para sempre seremos um só.

As Minhas Memórias de Infância




Como tem acontecido de outras vezes quando me sento ao computador é as lembranças de infância que me vem ao pensamento. Boas lembranças!
Uma dessas minhas agradáveis lembranças era eu ser chamada de vassourinha pelo meu pai. E porquê?
O meu pai era funcionário do cinema Tivoli, era bilheteiro e graças a esse seu trabalho eu tinha a oportunidade de poder ir ver os filmes todos. Ele tinha um horário de entrar cedo ao serviço daí, ele tinha que almoçar também bastante cedo. Eu era criança, tinha os meus 5 anos quando comecei a fazer-lhe companhia á hora do almoço, então sentava-me à mesa e via-o a comer. Ele por sua vez achava graça eu estar ali ao seu lado, e foi a partir daquele momento que tudo começou, ele a deixar propositadamente um restinho de comer para que eu fosse rapar o prato… como me sabia tão bem aquele restinho que ele me deixava. Deliciava-me!
Quando eu não estava na mesa com ele por qualquer motivo, ou estava ocupada a fazer outra coisa chamava-me: vassourinha anda rapar o prato. Foi assim durante muitos anos que esse hábito durou. Penso muitas vezes nestes momentos bons da minha infância. Eu era para o meu pai a sua vassourinha, russinha, e nandocas, era por esses nomes que ele me tratava. Onde quer que ele e minha mãe estejam penso muito neles, e em todas as coisas boas todos os momentos agradáveis que passei enquanto criança e adolescente.

Nanda

17/09/11

Que Mulher é Essa?


Que mulher é essa
que não se cansa nunca,
que não reclama nada,
que disfarça a dor?
Que mulher é essa
que contribui com tudo,
que distribui afecto,
tira espinhos do amor!
Que mulher é essa
de palavras leves,
coração aberto,
pronta a perdoar?
Que mulher é essa?
que sai do palco,
ao terminar a peça,
sem chorar!
Essa mulher existe,
sua doçura resiste,
às dores da ingratidão.
Resiste à saudade imensa,
resiste ao trabalho forçado,
resiste aos caminhos do não!
Essa mulher é MÃE,
linda, como todas são.
(Ivone Boechat)

Amanhecer


Levanta a cortina dos teus olhos,
contempla a maravilha do amanhecer.
A vida é uma criança,
esperta, bonita, inteligente
passa correndo, é preciso ver.
Acredita, enquanto há tempo:
não existe dor sem alento
nem tristeza tão longe da alegria
quando a luz de cada dia,
acende a vida,
iluminando o amanhecer
não vacila, toma posse
da imensa alegria de viver.

(Ivone Boechat)

Bonita esta musica...

15/09/11

A Mulher



Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.

Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.

Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
~António Ramos Rosa~

Cada Árvore é um Ser Para ser em Nós

                                                  
 Cada árvore é um ser para ser em nós.
Para ver uma árvore não basta vê-a,
a árvore é uma lenta reverência
uma presença reminiscente
uma habitação perdida
e encontrada.
À sombra de uma árvore
o tempo já não é o tempo
mas a magia de um instante que começa sem fim
a árvore apazigua-nos com a sua atmosfera de folhas
e de sombras interiores
nós habitamos a árvore com a nossa respiração
com a da árvore
com a árvore nós partilhamos o mundo com os deuses

(António Ramos Rosa)




Meu Amor Não Cabe Num Poema...



O meu amor não cabe num poema ― há coisas assim,
que não se rendem à geometria deste mundo;
são como corpos desencontrados da sua arquitectura
os quartos que os gestos não preenchem.

O meu amor é maior que as palavras; e daí inútil
a agitação dos dedos na intimidade do texto ―
a página não ilustra o zelo do farol que agasalha as baías
nem a candura a mão que protege a chama que estremece.

O meu amor não se deixa dizer ― é um formigueiro
que acode aos lábios com a urgência de um beijo
ou a matéria efervescente os segredos; a combustão
laboriosa que evoca, à flor da pele, vestígios
de uma explosão exemplar: a cratera que um corpo,
ao levantar-se, deixa para sempre na vizinhança de outro corpo.

O meu amor anda por dentro do silêncio a formular loucuras
com a nudez do teu nome ― é um fantasma que estrebucha
no dédalo das veias e sangra quando o encerram em metáforas.

Um verso que o vestisse definharia sob a roupa
como o esqueleto de uma palavra morta. nenhum poema
podia ser o chão a sua casa.


Maria do Rosário Pedreira





14/09/11

Mãos

 
 
Ai, tuas mãos carregadas de rosas! São mais puras
tuas mãos do que as rosas. E entre as folhas brancas,
surgem como se fossem estilhaços de estrelas,
asas de mariposas alvas, sedas cândidas.

Caíram-te da Lua? Ou acaso brincaram
numa Primavera celestial? São de alma?
... Têm vago esplendor de lírios de outro mundo;
deslumbram o que sonham, refrescam o que cantam.

Minha fronte serena-se, como um véu vespertino,
quando tu com as tuas mãos entre suas nuvens andas;
se as beijo, a púrpura brasa desta boca
empalidece do seu branco de pedra de água.

Tuas mãos entre sonhos! Atravessam, quais pombas
de fogo branco, minhas visões turvas,
e, na aurora, abrem-me, como com luz de ti,
a claridade suave do oriente de prata.

Juan Ramón Jimenez







Regresso



As mil torres do mundo contra um ocaso de ouro
erguem sua beleza em frente ao meu pensamento.
Um êxtase de pedra de mil arquitecturas,
leva-me num deslumbramento, mudo e cego.

Por trás de mim, tomba o sol, rubro e cálido.
Está deserto o robe, meu rei é o silêncio.
E por altas areias, passo a passo, caminho

rumo à claridade de um horizonte eterno.

E... um aroma confuso de datas e de cifras,
vai-me, entre luz e sombra, raramente envolvendo...
Caiu a tarde... de hoje... segunda-feira... Agosto...
e chora..., humilde e pobre, um Angelus... de aldeia.


" Juan Ramón "





DEUS


À noite, há um ponto do corredor
em que um brilho ocasional faz lembrar
um pirilampo. Inclino-me para o apanhar
- e a sombra apaga-o. Então,
levanto-me: já sem a preocupação
de saber o que é esse brilho, ou
do que é reflexo.
Ali, no entanto, ficou
uma inquietação; e muito tempo depois,
sem me dar conta do motivo autêntico,
ainda me volto no corredor, procurando a luz
que já não existe.

( Nuno Júdice )